Apr 29, 2008

castanho, ruivo, platinado, às manchas



o meu cabelo nos últimos dias.
o drama capilar pelo qual passei ou a mania de inventar, quando devia estar muito sossegada.

o meu cabelo, já de si um tufo encaracolado meio juba meio choque eléctrico, indomável, rebelde, que me dá um ar desgrenhado, já foi de várias cores, sempre nos tons loiros, mas espaçados no tempo, NÃO NUMA SEMANA!

há cerca de 2 anos decidi que "nunquinha" mais eu faria madeixas (ou nuances ou pintar), agora iria ser uma feliz cabeça de tom natural.
e de há uns tempos para cá eu estava feliz com o amarfanhado de cabelos castanhos que me emolduram o rosto.
estava...
porque depois do parto, os meus cabelos decidiram não mais viver na minha cabeça, e assim começou a fuga da minha farta cabeleira.
caiu, caiu, caiu... a preguiça faz-me coleccionar ampolas capilares que não vão estar noutro sítio senão na caixa, na casa de banho, até ao dia que forem para o lixo.
para além de uns fiozinhos brancos que começaram a criar raízes cada vez mais fortes ao pé das orelhas.

então uma bela manhã achei que estava na hora de voltar às toucas e pratas, às tintas e descolorantes, e lá fui eu ao cabeleireiro.
ao último salão (adoro este nome pomposo) onde deveria ter ido, mas fui.
e nem o facto de a "designer de cabelos" ser estrangeira e não perceber metade do que eu disse me demoveu.

a meio do processo eu devia ter desconfiado quando a gentil nórdica fez uma careta ao espreitar para dentro das pratas, mas já estava e eu atrasadíssima só me queria despachar.
quando terminou eu estava RUIVA!
(eu pedi loiro, assim só uns fiozinhos, como se tivesse sido o sol, mais para as pontas...)

aguentei uma noite.
de cada vez que me via ao espelho, parecia que tinha uma touca alaranjada agarrada ao meu couro cabeludo.

de manhã fui a outro cabeleireiro.
um de bairro, tradicional, onde até há uma rica cadeira que faz massagens, pedir que me salvassem do pesadelo em que me encontrava.
muitos ahs de espanto depois (parece que a nórdica me encheu de manchas disformes em vez de madeixas bem feitinhas) lá deram início a mais uma sessão de pratas.

quando terminou eu estava LOIRA PLATINADA!
(eu pedi, que por favor me escurecessem o cabelo e me fizessem só uns fiozinhos, como se tivesse sido o sol, mais para as pontas...)

aguentei uma noite.
de cada vez que me via ao espelho, parecia que tinha posto a cabeça na lixívia.

na manhã seguinte fui ao mesmo cabeleireiro pedir que fizessem, POR AMOR DA SANTA, umas quantas nuances castanhas para disfarçar... eu juro que até na creche da R. me olharam de lado quando me viram "BLONDIE".
lá me fizeram o que pedi.

quando terminou eu estava 3 MADEIXAS MENOS LOIRA PLATINADA!
(as cabeleireiras não entendem que possa existir alguém no mundo que queira fazer nuances castanhas, não dá, para as suas cabecinhas amadeixadas só existe um tom de madeixas para um cabelo do tom do meu, loiras)

aguentei dias.
até porque com tanta ida ao cabeleireiro, o meu cabelo andou disfarçado de liso.
o pior foi quando o lavei e já não tive paciência para o esticar.
e logo num dia em que fui passear ao Guincho!
em dia de vento, no Guinho, a minha trunfa à solta!
loira platinada e 3 madeixas mais escuras, caracóis indefinidos num emaranhado cheio de volume, no Guincho, em dia de vento!
e lá fui eu a outro cabeleireiro, este dos mais conhecidos de Lisboa, a estação de serviço dos cabelos, onde eu já ía com a minha mãe em criança, e que merece um post por si só.
expliquei a odisseia de tons, e lá tentaram resolver.
resolveram, está um bocadinho melhor, o tom mais escuro, mas ainda com madeixas claras, assim numa espécie de "tigress", porque se se olhar bem tenho cabelos castanhos, ruivos, loiros, laranja, ah e 2 madeixas já muito palidamente rosas (sim da primeira vez cometi a loucura de as fazer... sem explicação).

se eu tivesse muita coragem, rapava.
se eu tivesse coragem cortava "à rapaz"
se eu jurasse esticar para sempre o cabelo, cortava pelas orelhas.
por agora vou aguentar.

(e ler este post da próxima vez que me passar pela cabeça ir ao cabeleireiro)

notas finais:
- eu nem gosto de ir ao cabeleireiro, 5 minutos depois de lá estar farto-me, arrependo-me sempre, mas não aprendo.
- a fotografia que ilustra o post foi tirada na esperança de "eu não estou a ver bem e se calhar não está assim tão mal", mas esticadinho e penteado é outra coisa e a foto não é assim tão realista.





Apr 13, 2008

quase 7 meses



não tarda faz 7 meses.
cresceu.
assim de repente.
já brinca muito.
"fala" que se farta.
chama por nós.
e eu acho que ela ainda não precisa de sapatos.
mas estes são o máximo, herdou-os da amiguinha M.
ontem andámos a treinar por casa, para ver se consegue ir à rua e não os perder.

Apr 11, 2008

muito mal habituada



de 1.9 TD 150 CV
para 205-junior-nem-sei-se-terá-um-pónei-sequer.

não temos direito a carro de substituição, o carro que eu entretanto vou comprar ainda não está disponível e alugar um não se justifica havendo substituto.

é é assim que o Queijinho volta à carga.
o Queijinho (ou Queijolas) é um carro mítico.
acompanhou a minha irmã durante cerca de 10 anos, há 10 anos veio para mim.
na altura já era velho.
acompanhou-me durante os anos da faculdade, carregou maquetes, colegas, papelada, aguentou-se sempre bem.
quem me conhece, conhece o Queijinho.

há uns 2 anos desisti de andar com ele, porque comecei a trabalhar no centro da cidade e andava de metro para todo o lado.
e porque o Q. começou a ter ataques e chiliques.

houve alturas em que pensei que estivesse possuído por uma alminha porque um dia à porta do Minipreço estacionei, tirei a chave da ignição e o Q. continuou ruidosamente a trabalhar.

mas esta semana voltou à carga, para me vir salvar.
amanhã vou mesmo para Mafra com ele, mas não estou a achar graça nenhuma.
quem o adora é a R.
vai ao meu lado, o que por si só é uma festa.
abana muito mais que o do pai.
cada solavanco uma gargalhada, duas gargalhadas, porque eu começo logo a rir (para disfarçar o embaraço se alguém olhar para nós)

eu sei que o que interessa é que ande.
mas habituei-me mal, porque durante algum tempo só conduzi os carros do G.
e eu que até era croma dos "xanatos" e defendia a classe.
mas quem aguenta de manhã?
para pôr a trabalhar tenho que ligar o ar, parece que vamos levantar vôo ou explodir a qualquer momento, tal é o barulho!
arrancar até arranca, mas de cada vez que carrego na embraiagem, o ronco que vem do motor é tão assustador, que Deus me livre!
mas o pior é a fumarada (para além das óbvias razões ecológicas), que vergonha!
e o pivete no interior a óleo queimado não ajuda nada!
ah e a embraiagem faz um barulho de porta a ranger, mas isto já acontecia há para aí uns 8 anos!

ontem, juro, que ía um palerma, num carro qualquer, a olhar e a gozar... só me apetece abrir a janela e gritar: "pelo menos o meu está pago, oh anormal!"

mesmo assim só me traz boas recordações!



Apr 9, 2008

a dívida



antes de pagar a minha dívida de posts ao meu blog,
antes de relatar babada os progressos da migalha,
antes de seja o que for,
o dia de ontem tem que ficar registado para (minha) memória futura.
o dia começou bem, até às 12h tudo parecia correr como sempre,
eu de um lado para o outro de carro, um entra e sai da casa de um e da casa de outro (o meu trabalho é assim, um verdadeiro reboliço).
até que chega a última visita do dia, e lá vou eu.
estaciono o carro, numa rua íngreme, mas não tão íngreme que me fizesse sequer pensar 2 vezes antes de sair do carro.
visita feita, blá, blá, saimos para o exterior da moradia, isto e aquilo, blá, blá...
- aquela carrinha é sua?
- hã?
- aquela ali.
-se me está a falar daquela (a única na rua toda!), preta (não havia mais nenhuma!), ENFIADA de traseira no muro DERRUBADO (gradeamento e tudo!) do seu vizinho, sim É MINHA!

reconheci-a porque parecia estar igual de frente, mas bem lá mais em baixo do que o sítio aonde a estacionei, e agora acompanhada por um casal dono de uma moradia por trás do sol posto!

-se calhar não travou o carro...
-travei... ( a correr pela rua fora) travei...
confirmado, travada a bandida resvalou rua abaixo (OK NÃO A ENGATEI!)
de repente e sabendo que o telefonema que tinha que fazer ao G. não ía ser agradável, munida de um profissionalismo e uma calma aparente, terminei o trabalho que estava a fazer, e só depois voltei ao local do acontecimento!

e foi nessa altura que eu perguntei, então e o dono do muro?
- ah foi almoçar.
- (e eu já a ver que era um louco furioso que me ía gritar impropérios por ter destruído a sua propriedade) hã?
-agora para resolver isso só depois de almoço.
e simpaticamente viraram-me costas, porque era hora de almoço, emprestaram-me um chapéu de chuva (porque eu não queria tirar o carro até chegar o reboque) e até já.
fiquei eu, 2 cães e a chuva.
e o muro partido e o gradeamento no chão.
depois de tratar de tudo, e já a ver que ficava para ali à espera eternamente do reboque, volta a animação, e lá aparecem os donos do muro de barriga cheia.

a-mulher-de-bata-que-anda-sempre-de-bata-e-pões-rolos-no-cabeleireiro-e-parece-que-nunca-foi-a-um-salão-de-beleza e o marido-honesto-trabalhador-construtor-de-botas-de-biqueira-de-aço-e-que-tem-uma-familia-que-faz-tudo-até-muros-destruídos-por-uma-louca-distraída lá apareceram.
de guarda-chuva em riste, lá me disseram que não fazia mal, que eram só meia dúzia de tijolos e que (toda a gente que eles conhecem) facilmente arranjam alguém para o reconstruir.

tudo bem... tudo bem até ao momento em que a-mulher-de-bata-que-anda-sempre-de-bata-e-pões-rolos-no-cabeleireiro-e-parece-que-nunca-foi-a-um-salão-de-beleza percebe que eu estou sozinha (mas havia de estar com quem? se calhar com ela que é a dona do MURO!)
- deixaram-na aqui? (referindo-se ao vizinho)
- eu terminei o que vinha tratar com o Sr.Tal
- mas olhe que se FOSSE EU (onde estão estas pessoas, quando necessárias para resolver assuntos???) não fazia isto, deixá-la aqui, assim!
- mas não tem problema e blá blá (onde vais mulher alucinada????)
e rua acima lá foi ela descompor o vizinho
- isso NÃO SE FAZ, DEIXARAM-NA PARA ALI ASSIM!!!!!
e BLÁ BLÁ BLÁ grrrrrrrrrrrrrr

lá resolvemos tudo
e novamente foram todos embora, ufa que alívio!!

mas claro que até chegar o reboque fui a atracção-da-terra-a-tonta-que-está-se-mesmo-a-ver-que-não-travou-o-carro... TRAVEI!

(a lata das pessoas, ou a curiosidade desmedida, até de carro paravam para saber, e aqui a tonta ainda explicava)

 
Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.