dito e feito
a Migalha começa a ir à creche a partir de Março.
a semana passada passei por uma creche, a que nós mais queriamos não tem vaga, tirei o número, ontem fiz a visita e hoje conseguimos a vaga que (SORTE DAS SORTES) estava disponível.
mas os dramas continuam... hoje de manhã (as manhãs são de loucos, quem me vê a sair do prédio deve achar que estou de partida para alguma viagem, tal é a quantidade de malas, malinhas, sacos e saquinhos... que nervos) gritaria por causa de um biberão, e novamente gritou ela, gritei eu, qualquer dia tenho os vizinhos a achar que na nossa casa somos todos doidos.
e o G. no Porto...
2 comments:
Julieta:
Como decerto já te apercebeste, ser mãe é um desafio maior do que qualquer outro. E a novidade é que não se torna mais fácil com o tempo, como os filhos também não se tornam mais fáceis... antes pelo contrário, à medida que a sua complexidade aumenta, aumenta também a complexidade da forma como nos põem à prova...
Sei que isto não é animador, mas a Rosarinho é a filha com que aprendes a lidar desde que nasceu... ou seja, não irás aprender uma fórmula milagrosa amanhã, quando ela fora maior... vais ver que contruirás "milagres" e pontes de entendimento a cada dia. E assim como em muitos dias te sentes perdida e desesperada, haverá muitos outros que te farão fazer ficar feliz contigo mesma, com a paciência que conseguiste arranjar ou o truque que desobriste. Porque te irás surpreender e superar muitas e muitas e muitas vezes... E ser mãe é ser, provavelmente mais vezes do que gostaríamos, uma má mãe. E decidir que seremos melhores daí para a frente.
Reflecte, não te acanhes te pedir ajuda e de te criticar. E aceita ideias.
Mais uma vez vou falar de mim. A Alice, como já te disse antes, sempre foi difícil para comer. Muitas refeições, em determinados momentos, foram realizadas num verdadeiro cenário de horror: agarrada à força, comida empurrada pela boca adentro... eu sentia-me perdida muitas e muitas vezes...
Lógico é que resultava melhor consoante estávamos mais em paz connosco. Vimo-nos obrigados a recorrer a danças... a dar de comer no páteo, enquanto o outro fazia cabriolices com o cão... Ainda hoje a Alice come à frente da televisão, com direito a desligar o canal panda de cada vez que rejeita uma colherada... mas tudo agora é mais suave, já não se insiste até á exasutâo, até ao vómito (porque em bebé tornou-se uma "vomitadora")... Claro que a R. ainda é pequenina, mas experimenta... os dvds musicais eram a paixão da Alice enquanto eu cantava e dançava, lá ela ia comendo...
Uma coisa boa foi o facto de na creche dizerem sempre que ela comia bem, ficávamos descansados. E mais uma vez se comprova que, entretidos, eles comem melhor...
Em relação à hiperactividade: não te esqueças que os bebés têm uma sensibilidade fora de série, para compensar toda a racionalidade que ainda não adquiriram... e pensa bem: se tu estás ansiosa para que ela durma para que consigas trabalhar ou descansar ou fazer algo... se estás ansiosa com medo da hora da refeição, com medo de não superares o próximo obstáculo, como pode a tua miúda não ficar ansiosa também...?! Experimentar pegar nela quando começar a chorar, apertá-la junto a ti e embalá-la devagarinho para a frente e para trás... e vai falando alto com ela, que precisas da sua ajuda, que precisas que ela coma, que lhe vai fazer bem, que amanhã correrá melhor... traça uma espécie de ladainha que vos hipnotize a ambas, para tentar que ambas relaxem... é claro que ela não vai perceber o que dizes, mas há-de perceber que estás a fazer um esforço para não desesperares, para não gritares... eu sei que é estranho, mas os bebés são muito assim...
Há outros truques, mais práticos. Então a menina é dada aos paladares doces?! Faz a sopa com batata doce... Ou faz uma colher agri-doce: uma pontinha de sopa e uma pontinha de fruta, de forma a que a primeira coisa que ela toque com a língua seja o doce... Ou mesmo uma colher disto e outra daquilo... Ou uma colher seguida da chucha...
Seja o que for, será uma nova tentativa, por ti e por ela. E não anseies por antecipação que ela cresça esperando que seja mais fácil. E não sofras por antecipação por ires ficar só com ela ou por o G. estar fora. És uma mulher e uma mãe mais forte do que pensas, somos sempre.
Um grande beijinho de apoio, Rita
Julieta
Faço minhas as palavras da minha irmã.
É claro que eu não sou mãe e será fácil opinar mas acredita que se encontrares uma forma de não entrares em tanto stress vais observar que a R deixará de fazer tanto drama.
E também não sei se será de grande consolo mas a minha mãe diz que eu era impossível para comer (e eu lembro-me de entrar na escola no intervalo porque era a hora que tinha acaado de almoçar, nesse ano eu almoçava com o meu pai)mas o que mais marcou a minha infância foi a tranquilidade e firmeza com que a minha mãe lidava com o assunto. Punha no prato pouca comida, não gritava nem esperneava mas ai de mim que puxasse o vómito ... por outro lado lembro-me de um dia a minha prima fazer uma choradeira num almoço de família porque o filho não comia... Nesse dia tive orgulho da minha mãe.
Serão de pouco consolo as memórias de uma miuda...
Outra coisa. A hiperactividade numa criança tão pequena é um mito, uma forma popular de dar nomes clínicos a crianças reguilas ou mais difícieis.
Não sei se me fiz entender como gostaria mas já está.
Beijinhos da Ana Cristina
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