Jun 27, 2008

de faca e alguidar

ou o filme de terror que se passa por cima da minha cabeça.

de há uns tempos para cá, por cima de mim há discussões absolutamente inacreditáveis entre um casal (que já não é novo).

chegou ao ponto de eu ter que chamar a polícia às 11 da noite tal era a gritaria.
mas o pior desse dia era a linguagem utilizada pela mulher para ofender o homem, que pelos vistos é alcoólico.
ainda que eu não quisesse (PORQUE NÃO QUERIA!!!!) fiquei a saber horrores do homem (ou pelo menos a rica opinião da sua mulher)!
nessa noite a polícia veio, mas chegou tarde demais e já não ouviu nada, portanto nem chegaram a ir a casa das criaturas.
nessa mesma noite ainda tive que voltar a chamar a polícia que já não apareceu.

o que oiço sempre é uma mulher aos gritos, furiosa, nunca oiço voz de homem, portanto nem sei se a louca está aos gritos para o telefone.

mas o pior estava para vir.
numa destas tardes, estava em casa a trabalhar, durante a tarde, quando oiço umas pancadas bem fortes.
não liguei porque a minha rua está em obras, portanto calculei que fosse isso.
para mal dos meus pecados, não eram as obras.
após as pancadas oiço uma porta a abrir e gritos estridentes de mulher a dizer que a estavam a matar, A MATAR!
eu em PÂNICO, já a ver o pior cenário corro para o telefone (que nestas alturas desaparece sempre...) enquanto oiço mais pancadas, a porta a abrir e a fechar (eu já imaginava o cenário macabro de uma mulher esfaqueada, a esvair-se, as sirenes, a polícia) e o silêncio absoluto!
foi aqui que fiquei toda a tremer porque achei mesmo que já estava morta, e bem morta!
lá chamo a polícia ( que demora sempre ou pelos menos parece...), telefono ao G. ( que ainda por cima goza) que não valoriza o terror por que eu estou a passar, telefono à minha prima R. que me tenta acalmar, ando de um lado para o outro, eu e os gatos ( que ouviram tudo e também se enervaram), sair de casa nem pensar, podia o assassino estar na escada... o drama o horror durante para aí 20 minutos!!
de repente a mulher recomeça a gritaria... bem ao menos estava viva.

chega a polícia.
batem à minha porta, eu explico, entram para tentarem ouvir alguma coisa de minha casa, e sobem ao piso do terror.
a mulher continua aos gritos, sempre ela nunca ele (se é que ele existe, já me passou isso pela cabeça!), lá abre a porta aos polícias e acaba com a gritaria.

entretanto começo eu a pensar e se ela fica enraivecida por eu ter chamado a polícia e se quer vingar de mim????
mas ela não sabe quem chamou a polícia... pois, não é bem assim!
após falarem com a desvairada, o que é que os 2 polícias decidem? Vir de novo a minha casa descrever a ocorrência!

Relato:
- A senhora diz a discussão era ao telefone (Então e os gritos que a queriam matar????);
- Que não era violência doméstica (nem os polícias acreditaram nesta versão);
- E que já estava tudo bem ( até à próxima vez).

Fiquei de telefonar de novo para a polícia, assim que haja uma discussão.
E com a sensação que há quem queira viver numa base de violência e discussões, que eu muito honestamente não entendo.
Agora o que eu não tenho, nem as outras pessoas do prédio, é de conviver com o mau estar entre este casal.
Depois do que eu ouvi, que nem sequer aqui escrevo, palavras e frases tão ofensivas, não sei como continuam juntos.
O que é certo é que desde esse dia nunca mais ouvi um som que fosse.

E mais uma vez se confirma, no meu prédio vivem pessoas de classe média, estudantes, reformados, pessoas com alguma formação, não são miseráveis, nem este é um bairro problemático, e no entanto há violência.

Nota: Já me cruzei com ela no elevador, sempre muito educada e simpática, mas sempre de óculos escuros (não quero imaginar porquê!).

Por agora tudo calmo.

Jun 25, 2008

hoje

faz 9 meses.

já dança.

se ouve uma música ou se lhe canto, dança.

Jun 24, 2008

9 fora 9 dentro

9 fora tudo.

já não sei se parece mais tempo quando estão na barriga ou se passa num instante quando estão cá fora.

9 meses.

de tudo.
de tudo diferente.
quase como acordar num outro planeta, numa outra dimensão.
um mundo paralelo, igual ao que era, mas nunca mais o que sempre foi.

9 meses.

de novidades.
de ti, de mim, de nós.

9 meses.

agora já tão diferente da migalha que era.
minima, muito magrinha.
continua magrinha e muito comprida.
continua sem apetite, ou então é de apetites, porque umas vezes parece que virou comilona.

9 meses.

já fala.
diz olá, papa, e mais umas quantas palavras indecifráveis mas intencionais.
acompanha quando lhe canto imitando os sons que ouve quase na perfeição (o "ah ah ah minha machadinha" é a preferida).

9 meses.

reconhece todos os espaços que gosta.
quando chegámos a casa das mini férias de junho gritou de alegria ao ver os gatos e a sua casa.

9 meses.

está crescida.
quer pôr-se de pé.
quer mexer em tudo.

9 meses.

nem um dente.

9 meses.

de mãe que ainda tem alguns momentos de desespero, mas que agora já percebeu que o melhor é ir-se habituando porque quando finalmente respirar de alívio a "criança" está-lhe a pôr um neto no colo e a pedir ajuda.

9 meses.

às vezes chata, às vezes birrenta.
na maioria das vezes de sorriso de orelha a orelha.

9 meses.

de noites bem dormidas.
só tivemos em 9 meses 2 noites más, ou menos boas, por causa de um nariz ranhoso.
sempre dormiu bem.
nunca foi preciso adormece-la, basta deitá-la na sua cama.

9 meses.

de mãe, de pai, de filha.

9 meses.

temos uma menina linda!

Jun 23, 2008

apaguei todas as fotos

porque não gosto de ficar a pensar que podia ter feito o que já devia ter feito.

decidi que não publico mais fotos da R. aqui no blog.

no flickr também já só estão acessíveis para amigos.

a única razão que me leva a fazer isto é porque cheguei à conclusão que um dia ela pode não achar graça nenhuma (até podia ser o contrário, ela um dia me dirá).

mas também decidi manter o blog, até porque já não conseguia deixar de aqui vir e daqui partir para ler outros tantos de que tanto gosto.

E para as "Manas" Ranha: obrigada pelos comentários e por terem sentido a nossa falta, não deixámos nunca de vos ler e visitar no flickr, temos é muito menos tempo para poder comentar.

Jun 20, 2008

este blog

está ao abandono.
este também.

a vontade de continuar é muito pouca.
mas tenho pena de o apagar.
nem sei se podia gravar todos os textos para o meu pc... de uma forma rápida, claro.

tenho muito e tenho pouco para escrever.
de há uns tempos para cá fui conhecendo caras que são leitores deste blog (!)
parece contradição, mas agora tenho cada vez menos vontade de escrever as nossas peripécias, porque me parece estranho que alguém nos queira ler, mesmo pessoas que não estão muito familiarizadas com o universo bloguista.

privatizar é uma ideia que não me agrada, sobretudo porque teria que escolher os leitores, e isso é muito estranho.
não julgo ser esse o objectivo de ter um blog.

depois a questão das fotografias dos filhos... sinceramente não penso muito nisso, já publiquei imensas, não posso viver com medo de tudo, nem quero viver com medo de tudo, e parece-me que a partilha de informação que está na base da internet tem de ser preservada ainda que o mundo esteja cheio de loucos virtuais ou bem reais.

por estes dias apetece-me apagar o blog, é a minha velha mania das "limpezas", estou sempre a pensar que está tudo aqui "desarrumado" e que tenho que fazer algo.

sendo assim, e depois de tanto tempo sem escrever, se sobrou algum leitor será possível dizerem-me se posso gravar o blog para o meu pc de uma forma rápida, com fotografias e tudo?

 
Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.